que na época foi censurado por mostrar demais a brasilidade da cantora: um close nela de tanga vermelha, vestindo colares de contas e tirando sua saia indígena. A solução que a gravadora achou para continuar vendendo foi envolver o álbum num plástico azul, o que aumentou ainda mais a curiosidade do público, acarretando numa vendagem enorme. A contracapa também não deixava a desejar, mostrando Gal com os seios de fora e vestida de índia. É claro que toda essa sensualidade foi barrada na época da ditadura. Só por isso o álbum já é mais do que válido! Mas Gal no auge de sua voz de sereia ainda nos deleita com nove faixas irretocáveis.
A música-título do LP já foi um risco e tanto para a sua persona pública. Índia teve sua primeira gravação em português pela dupla sertaneja Cascata e Inhana, em 1952, e colocava em jogo o status vanguardista e alternativo que Gal sustentava até ali. Mas o arranjo produzido por Gil tornou instantaneamente a canção em um clássico, navegando pela sua interpretação gilbertiana aos gritos de Janis Joplin em uma única faixa. ÍNDIA foi uma transgressão, por isso amo esse disco.
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